BAHIA: Governo presente cuida da gente

Brasil atinge 1,88 milhão de casos de dengue, maior número desde 2015

Brasil atinge 1,88 milhão de casos de dengue, maior número desde 2015

NA LUTA CONTRA A DENGUE

O Brasil quebrou o seu recorde histórico de casos de dengue nesta segunda-feira (18), com mais de 1,88 milhão de infecções em pouco mais de dois meses e meio, em comparação com os 1,68 milhão registrados em todo o ano de 2015, que até então detinha o recorde de infecções. Os dados representam um novo marco para a doença, que se encontra em ascensão devido às mudanças climáticas.

Na primeira década dos anos 2000, o país registrou uma média de pouco mais de 400 mil casos por ano. No período de 2011 a 2023, no entanto, esse número aumentou para mais de um milhão. Na semana passada, o Brasil já havia ultrapassado o total de casos de 2023, quando os efeitos do fenômeno climático El Niño e as altas temperaturas começaram a ser mais sentidos, fatores aos quais os especialistas atribuem o aumento das infecções.

A doença, transmitida por mosquito Aedes aegypti e que causa febre alta, já resultou em 561 mortes em 2024, com outras 1.020 sob investigação. São Paulo, a maior cidade da América do Sul, declarou estado de emergência, com incidência de 414 casos por 100 mil habitantes. A Prefeitura anunciou reforço nas equipes para visitas domiciliares e ampliação dos horários de atendimento médico. O governo federal prevê 4,2 milhões de casos até o final de 2024 e insta a população a evitar o acúmulo de água parada para conter a propagação da dengue.

Em fevereiro, o Brasil se tornou o primeiro país a disponibilizar a vacina contra a dengue pelo sistema público de saúde, mas sua aplicação foi restrita a crianças e adolescentes devido à escassez de doses (Ámbito).

LULA: CONSOLIDAR A DEMOCRACIA

Durante seu pronunciamento na cerimônia de anúncio para a reconstrução dos municípios gaúchos afetados por desastres climáticos, o presidente Lula alertou sobre a ameaça à democracia global devido ao ressurgimento de ideologias extremistas e o avanço da extrema-direita, mencionando Jair Bolsonaro e o presidente argentino Javier Milei como exemplos preocupantes.

Enquanto isso, movimentos populares e sindicatos convocaram manifestações nas capitais dos estados para o próximo dia 23 de março, em defesa da democracia e contra a anistia dos condenados nos eventos de 8 de janeiro. As manifestações ocorrem em resposta ao discurso de Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, em 25 de fevereiro.

Lula, em seu terceiro mandato, enfrenta desafios políticos e de popularidade. Pesquisas indicam uma queda na aprovação de seu governo, enquanto o bolsonarismo continua mobilizando suas bases.

O ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) José Genoíno destacou a necessidade de reformas políticas para enfrentar a crise, apontando para a falta de apoio político no Congresso e entre os movimentos sociais. O cientista político Rudá Ricci analisa que o governo de Lula está em crise devido a um suposto pacto das elites.

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Genoíno ressalta a importância de uma coalizão de esquerda no Congresso para promover uma agenda progressista. Ele destaca a necessidade de proteger os direitos das minorias e de estabelecer uma plataforma para os direitos do povo (Rebelión).

Nesta segunda-feira (18), na abertura de uma reunião com seu gabinete de ministros em Brasília, Lula afirmou que o Brasil enfrentou um “grave risco de sofrer um golpe de Estado” perpetrado por seu antecessor, e enfatizou que o país não voltou aos “tempos sombrios” da ditadura militar (1964-1985) porque algumas pessoas das Forças Armadas não quiseram e não aceitaram se juntar ao golpe.

“Sabemos que houve uma tentativa de golpe neste país”, mas “o povo foi mais sábio e corajoso, e hoje estamos aqui com o objetivo de fazer algo muito importante” diante do governo anterior, que se dedicou a “estimular o ódio e a mentira”, destacou o atual presidente brasileiro. Nesse sentido, Lula pediu a seus cerca de 40 ministros para “consolidar o processo democrático”, pregar o “respeito às instituições” e “garantir o respeito à Constituição” (Página/12).

FRAUDE EM CARTÃO DE VACINAÇÃO

A Polícia Federal (PF) acusou Jair Bolsonaro, seu ex-judante de ordens Mauro Cid e outras quinze pessoas por participação em um esquema de fraude em certificados de vacinação contra a Covid-19 em benefício do ex-presidente e de sua família. A investigação segue para a Procuradoria-Geral da União (PGU); os réus podem ser condenados a cumprir penas de até 15 anos.

A investigação, conduzida em sigilo, teve início com o objetivo de determinar a existência de uma organização criminosa que teria inserido registros falsos de doses de imunizantes contra o coronavírus no sistema do Ministério da Saúde para diversas pessoas.

Cid, próximo de Bolsonaro durante sua presidência, foi responsável por alterar os dados pouco antes da viagem do ex-presidente e seus colaboradores aos Estados Unidos, quando este deixou o Brasil após sua derrota eleitoral, evitando participar da posse de Lula, e tendo retornado ao país apenas em março de 2023.

A investigação revelou falsificações nos certificados de vacinação não só de Bolsonaro, mas também de sua filha, do próprio Cid e de sua família e também de um deputado. O relatório policial indica que Bolsonaro estava ciente e ordenou a inserção dos dados falsos (La Nación).

Em seu depoimento à Polícia Federal, Bolsonaro confirmou que não havia sido vacinado, mas negou ter ordenado a falsificação. Questionado se pediu a Mauro Cid que acessasse o aplicativo ConecteSUS e emitisse o certificado com dados falsos de vacinação em seu nome, ele respondeu que não, porque nunca tinha sido vacinado contra a Covid, e não havia motivo para emitir o certificado (El Mundo).

*Imagem em destaque: Paulo Pinto/Agência Brasil

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